Foucault é um intelectual francês, do século passado, no final de 40, veio de uma família de médicos psiquiátricos, e esta ligado historicamente ao movimento de maio de 1968.
Não é difícil o nome dele ser ligado a autores pos modernos, ele vai despontar juntamente com outros intelectuais, todos da escola francesa, ele questiona as estruturas institucionais, ou seja, o Estado, só que a critica foucaultiana, parte de uma visão inédita, o que ele tem de original, é a critica as instituições do Estado, é o percurso, o método, que ele cria para cada tema, pois ele escreve de forma compulsiva, sobre vários temas, e dentre esses métodos ele vai ajustando, os dois principais, o ARQUIVISMO, um método de arquivo, ele vai critica as instituições, não mais como os clássicos, ou seja, de fora, falando de cima, contemplando sempre o todo, a universalidade que representaria o Estado, e como seria suas estruturas, o que Foucault, quer fazer é incisões pontuais, ele vai minar campos específicos das instituições que respaldam o poder do Estado, ele chamou isso de MICROFISICO.
Ele não vai falar de grandes conceitos, nem de idéias gerais, ou universais, ele se interessa pelo que ocorre de forma corriqueiramente, no dia a dia de uma instituição, e neste caso no livro Vigiar e Punir, ele analisa a instituição penal, analisa a história das leis penais, na forma como a instituição penal, é reformada, saindo do antigo regime e entrando na modernidade, o que ele narra nesta obra, é a modernização do sistema penal europeu.
Ele ira observa paises como França, Inglaterra, Estados Unidos, e buscar ai o momento exato que eles saem do antigo regime, e são substituídos pelas novas republicas, e a uma necessidade de uma reforma constitucional, será assim com os manicômios, escolas, penitenciárias, todas as instituições públicas do Estado, ele pega do meio do século XVIII, quando a França ainda vive sobre o antigo regime, e vai ate a metade do século XIX, quando a França vive os primeiros 50 anos republicanos, o que ele vai observar e denunciar, pois ele é um autor denunciativo, ele produz um texto com essa natureza, é a forma de poder, como elas circulam dentro dessas instituições, e de um outro ponto de vista, como essa forma de poder do Estado, vai incidir sobre o corpo, como o corpo é tratado no antigo regime, e como o corpo será tratado no novo regime republicano ou democráticas.
Segundo Hobbes, o Estado é construído através de um contrato subjetivo, onde os diversos homens reuniram os seus poderes, em função de um poder maior, o Estado.
Foucault inverte Hobbes, ele diz que o Estado, produz e controla os corpos, não são os corpos que produzem o Estado, mais o Estado que produz os corpos.
Faz-nos remontar a Hume, onde ele nos diz que, o que Hobbes, fez foi ficção e não algo real, Hume, joga o Estado com fato histórico, pra ele o homem é um ser naturalmente social, sempre viveu em sociedade, por menor que fosse, uma família, um clã, sempre existiu a relação homem com homem, em âmbito social, sempre houve relações humanas, isso é a única prova que temos na história da humanidade, e é justamente isso que institui o Estado, como primeiramente um Estado de coisas, sendo uma estrutura fixa de regulamentação das relações humanas, entre Estado, Escola, Trabalho, Família que são os territórios básicos pelos quais passamos, não tem diferença alguma na lógica do funcionamento, ou seja, não são os sujeitos que produzem o Estado, é o Estado que produz um sujeito adequado a sua estrutura.
O que Hobbes, tava fazendo na verdade apesar da parte fictícia, era justamente mostrar como deve ser um súdito, que ele deve ser como um monarca, ou seja, o súdito seria aquele que se espelha no Rei, ou seja, o súdito é aquele que esta adequada, que esta conforme aquela estrutura, no caso das repúblicas.
O que Foucault, passa a observar na história moderna, é que há um interesse especial do Estado, em produzir um determinado tipo individuo no caso da monarquia um súdito, no caso da república ou das democracias, um cidadão. Aqueles que detêm o poder do Estado percebem que os seres humanos, podem ser fabricados, modificados, adequados, funcionais, a sociedade.
O Estado tem a ciência, tem o conhecimento, e começa desenvolver as técnicas adequadas, para esse novo tipo sujeito que se produzi, e isso sempre existiu, em tempo remotos eram operados mediante a religião.
O que é um mito de soberania?
É uma ficção criada, para passar a imagem de um poder soberano, por exemplo, uma pessoa que dominava um determinado contingente de pessoas, em uma determinada área, também fazendo elas acreditarem que além de possuir um poder maior que o delas, esse poder é algo Divino, esse poder é dado pelos Deuses, é uma forma que vai ser trabalhada de forma muito minuciosas, pois diz respeito aos mitos religiosos, as cerimônias religiosas, como elas eram montadas, como elas seguiam determinado programa, qual era o objetivo, em que estado emotivo ou sentimental você quer produzir aquele efeito, são técnicas, e essas cerimônias, tem essa função de passar essa imagem, normalmente usados pelos tiranos.
Eles usavam essa crença no imaginário popular, que existia um poder maior que poderia sobrepujá-los, e que eles deveriam obedecer sem reserva, por ser um poder punitivo, por ser um poder que tem como uma de suas funções, a punição, ocorrendo uma junção entre religião e Estado, ou seja, o que Foucault, ta fazendo é mostrando a partir de relatos cotidianos, que ele recolhe em arquivos públicos, como essas técnicas, de incidência do poder do Estado sobre o corpo, se tornam cada vez mais sutis, e mais sofisticadas com o tempo, e que essa sofisticação se dá justamente de acordo com os movimentos sociais.
De acordo com as necessidades que o Estado tem, de primeiro fazer com que as pessoas acreditem na sua existência, segundo, que elas sustentem essa existência, porque o Estado, não é algo que você toca, é uma categoria abstrata, e terceiro, estabelecer um controle mais direto e mais eficaz possível, sobre as vontades, desejos, consciência desses corpos, ou seres humanos que compõem esse Estado.
O que Foucault, esta nos dizendo é que a estrutura política monárquica e estrutura política democrática ou republicana diferem em alguns detalhes, ramificações, mais o tronco é o mesmo, o poder soberano do Estado, deve ser sempre soberano, não importa se o poder do Estado é representado por um parlamento ou por um único homem, ou seja, o Rei, o poder soberano é aquele que submete a todos, fazendo o seu poder incidir justamente sobre o corpo de cada um, esse corpo não é somente um ponto de incidência do poder, o que interessa ao Estado, é que ele não sobrevive sem esses corpos, pois o Estado passa a criar esses seres apropriados a sua estruturas, fazendo esses seres acreditarem que são criados pelo Estado, quando na verdade o Estado é uma ficção que se instala no imaginário coletivo, e só existe pelo exercício funcional, de que cada corpo realiza dia a dia, pertencente a essa estrutura, é isso o que é o Estado.
E isso não poder ser possível se o corpo é só uma incidência do poder do Estado, ele precisa ser também sofisticado.Não da mais pra usar em uma população o mito de soberania, onde o rei é uma figura divina, precisa sofisticar a técnica, reformando as instituições para tratar de um novo sujeito, que saiu do campo, de uma economia agrícola e agropecuária, e que agora reside nos grandes centros urbanos sem estrutura alguma, que são justamente o que conhecemos hoje, como sendo as grandes metrópoles, isso ocorre na virada do século XVIII para a XIX.
Os paises europeus começam a enveredar pela economia, a base de indústria e comercio, e as pessoas esvaziaram os campos em direção as cidades, para trabalhar justamente nessas novas funções, e quem ira regular isso é o Estado, e ele precisa criar novas instituições, novas leis, novas técnicas de fazer esse controle, se a configuração mudou, o Estado tem que se adequar, ou seja, saiu de um velho regime e passa pelo novo regime, o Estado vai se adequar a uma nova realidade.
Para Foucault, o que interessa é primeiro que estrutura é essa, segundo como ela se mantem, terceiro o que são e quais são as instituições e suas funções devidas. E ai o que interessa é o que ocorre no dia a dia dessas instituições, elas respaldam as necessidades pelas quais elas foram criadas.
Para Foucault, a visão de Hobbes, é a construção de um novo mito de soberania, querendo fazer com que os diversos homens acreditem que se eles entregarem as suas vidas na mão de um único homem (soberano) eles serão salvos, isso não passa de mera ficção.
Se o Estado produz um tipo de sujeito controlável, esse Estado é considerado sadio, é um Estado de economia favorável,
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