23 de dez. de 2011

Filosofia–Resumo 3ª Prova

suplicio2Como Focault vê o corpo?

Ele vê o corpo como sendo o ponto de incidência, ou seja, o instrumento usado pelo Estado, para manter a ordem, ou seja, o Estado produz os corpos, o sujeito adequado a sua estrutura, produzindo assim cidadãos que podem ser fabricados, modificados, adequados, funcionais para a sociedade. O Estado utiliza a ciência, o conhecimento, e as técnicas para adequar o sujeito ao seu interesse.

O que é o mito de soberania?

É uma ficção criada para passar a imagem do poder soberano, ou seja, uma pessoa dominava um determinado contingente de pessoas, e fazia com que essas pessoas acreditassem que ele tinha, detinha um poder maior que o delas, e ainda que detinha um poder divino, que era dado pelos Deuses.

É uma forma de trabalhar minuciosamente, através das cerimônias religiosas, como eram montadas, em que Estado emotivos eram feitas, eram técnicas utilizadas para manter o controle, e a função era passar a imagem de um poder maior, e os súditos teriam que obedecer.

O que Focault nos mostra é como essas técnicas de incidência do poder do Estado no corpo, se tornam cada vez mais sutis, sofisticadas, e isso se da de acordo com os movimentos sociais.

Isso é necessário para que as pessoas acreditem na existência do Estado, pois ele (Estado ) é algo abstrato, você não toca, tem que acreditar nele, e com isso ele o Estado cria formas de ter um controle maior nos corpos, nos desejos das pessoas.

O poder soberano faz com que seu poder incida sobre os demais, sobre os cidadãos, e o que interessa ao Estado, é criar seres que sejam apropriados a sua estrutura, e fazendo com que eles acreditem que são criados por ele (Estado ), quando na realidade é o Estado que é criado pelas pessoas.

A realidade pra Focault é uma produção cotidiana.

Focault se interessa pelas instituições, e ele trata a política de forma micro, mediante a vida cotidiana das instituições, e a relação delas com a população, e como elas representam o Estado. E essa observação faz com que veja a relação do Estado, através de suas instituições com a população, e para isso ele usa os documentos de arquivos, observando as instituições públicas, para diagnosticar as mesmas e sua representação dentro do Estado .

A reforma acontece da metade do século XVIII a metade do século XIX, onde o Estado trabalha no âmbito jurídico, científico e moral. Neste período desaparece o suplicio.

Qual é a função do suplício?

Ele é uma forma de punição exemplar, que mostra em primeiro lugar, o poder soberano do Estado, em segundo lugar o medo que deve ser produzido pela cena de horror. É uma função racional, montada pelo Estado, para produza um sentimento de medo por parte daqueles que vêem o suplício.

Ele tem um caráter inquisitivo, o Estado faz e a igreja adota o mesmo, em suas praticas, como é o caso da santa inquisição.

O que Focault, denuncia é o que o Estado exerce um controle que se sofistica cadê vez mais, e ele produz justamente o que ele quer negar, dentro do seu próprio seio, ou seja, o suplicio. Nos dias atuais, a forma de punição é velada.

Existira uma cisão entre a pena e a execução, sai o caráter exemplar, violento, deformático, e entra o caráter velado, o essencial agora não é punir, é reeducar, curar.

Todo o século XIX, será recheado de teorias criminalísticas, que tentam antecipar a existência do criminoso, como do crime a ser praticado, vão no sentido cientifico positivista, tendo como ciência principal a biologia e medicina, a idéia é estabelecer um perfil de um criminoso, que esta ligado a características físicas e naturais, sendo a ponta do processo.

Surgem novas instituições buscando atender a demanda, e atender as vias cientificas, políticas e do direito. Quem ira legitimar o Estado, não é mais o céu, o divino, será a ciência, com o status de verdade, são os psicólogos, psiquiatras, cientistas forense, que fazem parte do Estado, neste processo de legitimação e controle do Estado.

Neste processo o Juiz, é a figura que menos importa, é só uma figura que menos julga, pois o processo chega ao mesmo, onde ele se baseia nas provas forenses, nos laudos técnicos e clínicos para dar o seu veredicto, que muitas vezes é só ratificar o que já foi sentenciado por esses laudos.

O que é uma ortopedia moral?

Tornar reto aquilo que esta torto, ou seja, tornar o que esta fora da moral, moral. Com esse pensamento o Estado, busca corrigir, reeducar, o detento, para que ele possa voltar ao seio da comunidade, para que ele possa produzir, para que devolva ao Estado serviços.

O Estado aplica a ortopedia moral, em um individuo, e para isso ele usa o corpo, não fazendo diferença do suplicio, ele é o intermediário no sistema penal, ele não é mais o objetivo final, é o intermediário.

O Estado agora busca o controle, como câmeras, programas de tv, fazendo com que o cidadão se vigie e vigie outro.