29 de abr. de 2010

Uma história de Ciúmes.


Abaixo, segue uma história de uma pessoa "ciumenta", e que se deu conta do mal que a estava dominando e como fez para mudar esse jogo, e tornar a sua vida, mais cheia de vida. Achei muito interessante, e resolvi compartilhar com você. Se desejar ver outras história acesso o blog Amar de Mais
Minha história de ciúmes!!!
Olá,
Vou contar a minha história...
Namorei por quase cinco anos e terminamos por que o namoro acabou desgastado principalmente em função do meu excessivo ciúme. Foi um tormento total esse sentimento durante a nossa relação. Para ter uma idéia sobre o nível da desgraça que era, vou contar alguns surtos que tive ou costumava ter:
- Logo no primeiro ano de namoro fiz meu ex jogar todas as cartas e fotos das ex dele no lixo.
- Cheguei a fequentar a casa dos familiares dele (tios, avós, etc), pegar álbum de fotos antigos propositalmente e rasgar as fotos onde ele aparecia ao lado das ex.
- Quando ele ia jogar basquete com os amigos ou sair para tomar uma cervejinha, ligava três, quatro, cinco vezes. E mais, não descansava enquanto ele não chegasse em casa e me ligasse de lá (tinha que ser para o meu celular para eu ver o número no identificador de chamadas) para eu me certificar de que "o mal não tivesse acontecido".
- Uma vez a ex dele ligou para o celular dele para saber coisas sobre um trabalho na nossa cidade e eu simplesmente soltei o verbo nela sem mais nem menos. Disse que tava faltando um ^%$^%$&^% pra ela, chamei a garota de filha da $#@$, gorducha, recalcada... e por aí afora.
- Quando eu o esperava do trabalho na casa dele, me trancava no quarto dele e simplesmente vasculhava tuuuuudo. Armários, cheirava roupas, olhava dentro de livros, frestas. Tudo o que você pode imaginar eu era capaz de mexer.
- As vezes, quando saíamos, ele colocava uma roupa bonita e ficava um gato (na miha opinião, porque todo mundo dizia que com roupa bonita ou feia ele era feinho de dar dó, :-))) ). Eu simplesmente dizia que não tinha gostado, que não combinava ou coisa parecida só para a mulherada não ficar olhando para ele.
- Quando tocava o celular dele, se eu estivesse na cozinha e ele no quarto, eu ia correndo para o quarto (meio disfarçada, claro) só para ver se era "alguma suspeita".
- Se ele demorasse 30 minutos após o expediente, e eu o estivesse esperando para um encontro, eu já pirava. Ficava agoniada, andando de um lado para outro, pensando um monte de besteiras.
- Nos finais de semana que nós não dormíamos juntos em minha casa (isso era raro, mas acontecia), eu algumas vezes pegava o meu carro e ia até a frente da casa dele para me certificar de que o carro dele se encontrava na garagem. Só aí eu dormia tranquila ao saber que ele realmente estava em casa.
- Eu sentia ciúmes até mesmo do melhor amigo dele. Já cheguei a brigar com o rapaz porque os dois não desgrudavam nunca.
- Tinha nojo de todas as amigas dele do trabalho. Achava que todas elas davam em cima dele.
- Quando ele estava sem a aliança de compromisso, eu sempre esbravejava. Queria saber onde ele tinha deixado, por que tirou, porque não colocou de volta etc. Eu não pensava a possibilidade de que ele podia ter tirado para lavar as mãos, o carro, ou mexer com algum produto, por exemplo. Sempre passava na minha cabecinha fértil que ele tinha tirado para me trair.
- Bisbilhotava o telefone celular dele o tempo todinho. Frequentemente olhava as chamadas recebidas ou discadas e anotava todos os telefones que eu nunca tinha visto no celular dele anteriormente. Ligava para cada um e disfarçando a voz, perguntava quem era e dizia que era engano só para saber se eram ou não mulheres. Quando o número era de celular, eu chegava a ir num olrelhão para a pessoa dona do aparelho não pudesse desconfiar que era eu se caso me conhecesse.
- Por causa do esporte que praticava, ele tinha o costume de ir no clube fazer massagem para relaxamento muscular pelo menos uma vez por semana. Não foram raras as vezes que eu liguei para a recepção de lá para falar com ele e ter certeza que ele realmente estava lá. Eu, claro, inventava sempre uma desculpa para servir como motivo da ligação e falar com ele sem que ele ficasse bravo por eu estar desconfiada.
- Nunca, nunquinha, nem pensar de ele dar carona para qualquer amiga que fosse. Se eu descobrisse era capaz de fazer um escândalo.
- Algumas horas durante o relacionamento, eu passei atormentado a cabeça da ex sogra fazendo mil perguntas a ela: Será que ele me ama? Será que ele me trai? Ele ainda gosta da ex? Ligou alguma mulher para ele que você tenha atendido?
- Se eu esperasse ele em frente ao prédio na saída do trabalho e visse ele saindo conversando com alguma colega, fechava o tempo na hora. Eu preparava um questionário: Quem é? É muito tua amiga? Porque vocês desceram juntos? etc... etc... etc...
- Ele estuda na mesma faculdade que eu. De vez em quando me batia um surto de traição e eu saia da minha sala e passava em frente a sala dele para ver se ele estava lá de verdade.
- Muitas vezes, quando eu entrava no carro dele, disfarçadamente eu passava os olhos e procurava por vestígios de "traição" nos bancos, nas frestas, fios de cabelos que não fossem os meus. Como diz um ditado popular: eu vivia procurando cabelo em ovo.
Ufa! Bom, aqui está um pouquinho do que eu era: uma ciumenta enlouquecida.
Seis meses antes de terminarmos eu comecei a trair com ex namorados meus. Ele nunca soube. Três meses antes do término, ele também começou a me trair. Aí sim eu comecei a "achar" as pistas de traição que eu tanto procurei durante todo o nosso namoro.
Bom, o fato é que logo que acabou o nosso relacionamento, em menos de um mês iniciei outro.
Dias antes do começo da nova relação, entrei na terapia para me livrar de vez desse tormento chamado ciúme. Foram seis meses de idas e vindas ao consultório. Aprendi muito, e a melhora foi e está sendo gradativa. Ele dá carona para as amigas, eu nunca peguei o celular dele escondido para verificar as chamadas, jamais mexi nas coisas dele ou cheirei as roupas dele, quando ele sai com os amigos para tomar uma cerveja eu raramente ligo para ele, nunca enchi o saco da minha atual sogra para saber se alguma mulher liga para a casa dele, se ele gosta da ex ou coisa parecida, nunca procurei por "vestígios" no carro dele, não fico pensando besteiras quando ele demora um pouco do trabalho, não sinto ciúmes dos amigos dele, não tenho nojo ou ciúmes das amigas dele do trabalho, quando saimos, adoro quando ele se arruma e fica bem lindo e cheiroso porque sei que é para mim todo esse capricho!
Acho que o ciúme é como a droga, você tem que viver cada minuto, dizer "não só por hoje". É uma auto análise constante. Contar até 10 e se perguntar o porque e se vale a pena sentir ciúme em x momento é uma tática que sempre resolve.
Uma técnica que aprendi com a psicóloga são as exclusões dos pensamentos automáticos. Vou explicar:
Por exemplo, quando o seu namorado chega do trabalho 40 minutos atrasado.
Na cabeça de quem sofre com o ciúme, durante a espera, passarão algumas alternativas que "expliquem" o motivo do atraso:
a-) Ele esperou todo mundo sair e deve ter se atracado com a secretária na sala do chefe.
b-) Ele deve ter dado uma passadinha na casa da outra.
c-) Aquele canalha deve ido tomar um suquinho com a ex namorada.
As três alternativas acima são os chamados "pensamentos automáticos". Eles são os primeiros "porques" que rondam a cabeça de uma pessoa ciumenta.
Poxa, são taaaaantooooos os motivos que podem ter feito o seu namorado se atrasar! Porque pensar seeeempre no pior???? Porque não substituir esses três porques acima pelos de baixo?
a-) Ele teve que passar na faculdade para pegar uns xerox para a prova do dia seguinte.
b-) Ele passou no supermercado para comprar algumas coisas que faltavam em casa.
c-) O chefe dele resolveu fazer uma reunião no final do expediente.
Sei que se conselho fosse bom todo mundo vendia. Mas... se você é um ciumento, comece eliminando os seus pensamentos automáticos!!! Comece devagarinho e veja quantas mudanças terão o seu relacionamento!
A relação com o meu atual namorado já vai fazer um ano e nós nos amamos muito! Somos super amigos, companheiros, nossa relação é uma delícia! No começo ele ainda sofreu bastante, porque eu estava no início do terapia. Sei que não estou totalmente curada desse mal, mas me sinto cada dia mais vitoriosa frente a cada mudança no meu comportamento!
Atualmente o meu namorado reconhece que eu já mudei e ainda continuo mudando muito, mas ainda "não estou perfeitamente curada". Ele diz que sou 10 na cozinha, 10 no sexo, 10 em matéria de companheirismo, 10 em inteligência, 10 em ser prestativa, 10 na cama mas 6 em segurança. Ou seja, o meu ciúme ainda o chateia. Ele diz que se fosse para escolher, ele preferiria que eu fosse nota 8 em tudo se soubesse que o 6 da insegurança também aumentasse para oito.
Como eu disse mais acima, para se livrar do ciúme, você deve viver o hoje e ficar sempre alerta frente as situações em que esse sentimento nojento pode rondar a sua cabeça. É uma auto análise constante onde cura é gradativa.
Pois é, o problema é que como ele rompeu um relacionamento com a ex por causa do ciúme doentiu que ela sentia por ele, o meu namorado tem tolerância zero frente a esse sentimento. Quando eu tenho alguma recaída (em média umas duas por mês) ele simplesmente fica emburrado, magoado e acabamos em discussão, onde ele me ofende muito, ficando realmente alterado. Apesar dele reconhecer a minha constante mudança, ele não elogia quando eu tenho atitudes diferentes frente a situações que no passado eu faria um escândalo de ciúmes. Ele somente me repreende quando eu erro. O motivo dele não elogiar quando eu tenho uma atitude isenta de ciúmes? Ele fala que na hora não percebe o meu ato, mas sim somente bem depois de ter acontecido pois ele diz que não ter ciúmes é algo normal. Mas no fundo eu sei que ele percebe a minha atitude mudada, pois o conheço muito bem e sei que ele é bem sensível para isso.
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